sábado, 30 de abril de 2016

Pós-liberdade

Apenas 22.

Naquela noite nossos olhares se encontraram e disseram muito mais do que nossos ouvidos poderiam ouvir. Naquela noite, você e sua bicicleta ganharam o palco e a minha atenção, e naquele momento com as suas palavras, eu soube que havia encontrado um igual. Naquela noite o beijo inesperado tornaria performance que tornaria romance. Eu estava mesmo esperando alguém que pudesse me levar de volta pra casa...

A lua na estrada brilhava mais que holofote e sentados no chão, sujando a roupa da terra vermelha (você mais do que eu já que me acomodava toda no seu corpo), eu adivinhei a sua idade. Esse rosto de menino, esse frescor de vida, empolgação na fala. Eu já cheia de marcas, mais internas do que externas, sentimento de velha, idiossincrasias, manias, sistemática. Mas também dualística, porque afinal, os velhos são os que mais sabem ser crianças. Eu me coroei de flores e deixei que as flores ficassem no lugar certo, na hora certa.

Fui embora sem você querer deixar. Tentou, à força, me segurar mais um pouco em seus braços. A força não funciona comigo, baby. Mas a magia dos astros sim. Você me chamou de volta, na hora certa, no dia certo, e apesar do meu primeiro não, os astros me disseram apenas momentos depois que eu devia dizer SIM.

(e meu amigo já me havia alertado que o SIM pra vida é o caminho que liberta, o NÃO é melhor deixar de lado e usar só nas horas certas)

E de sim em sim fui criando coragem de viver o que tinha que ser vivido. De sim em sim, de lua em lua, quilômetros e mais quilômetros de amor. Nossa história já era nossa, já era história, virou um algo que se pode contar.

Descobrimos juntos uma cachoeira. Que tinha uma outra cachoeira escondida e um tobogã natural. Fiquei com medo de descer, e também que você descesse: era perigoso, você poderia bater a cabeça ou as costas numa pedra e se machucar.Você só me sorriu: isso não é certeza! Nesse sorriso da incerteza descobri o amor da vida, que se entrega e vive sem precaução. A gente desceu no tobogã e não ficou nenhum arranhadinho.

...

Quilômetros de tempo nos separam. Ainda bem que nossas vidas são emocionantes! Ainda bem que amamos a nós mesmos! E somos felizes assim, sem você precisar de mim e sem eu precisar de você.
 E no agora que sentimos, amamos.


"Sofre esses eclipses do coração, segredos da tua fraqueza
e que dorme esquecida de si própria cor
naquele que ouve a música."

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Doce novembro

Na liberdade de amar se arrisca tudo. A liberdade é tanta que a pessoa é livre para ser o que se é: monogâmica, introspectiva, sorridente.

Você foi uma brisa que me tocou numa noite de novembro... doce novembro. Sempre doce. Foi o amor que chegou livre, libertino, transcendente, mas incontrolavelmente sedutor e fixo. Fixou minha atenção, mobilizou sentimentos e sentidos.

Mas você é livre... somos livres! Voei para um lado, você para o lado oposto. No meio nos reencontramos e aí, sim, pude sentir o quanto eu já estava apegada. Criando histórias e alimentando imaginações.

Mas somos livres! A mente é livre para viajar e criar os seus enredos. A vida é livre para seguir seu curso e nos mostrar a força do agora, a verdade da história pessoal e a força do caminho que cada um tem que seguir. Eu sigo, aqui com a minha vida comum, você segue com a sua, sempre pelos ares, tocando novas flores, e cativando um amor em cada cidade.

"O amor é assim: dá vontade de ter saudade...pra ver de novo depois".

Mas eu gosto de brincar de montanha-russa: domar dragões. Quase tive algumas queimaduras, mas só eu sei a delícia do calor e da aventura de voar.

A verdade dói no meu coração, porque paixão ainda é apego. Achei até que fosse mesmo morrer, convalescer de desamor. Mas meu coração é forte! Eu sou forte, e minha força reside na vontade de compreender a beleza da liberdade de se transformar. Acomapanhar o curso da vida e as mudanças do coração, da mente, do corpo. Esse é o aprendizado da minha jornada, e sigo com honra. Aprecio a beleza na busca da plenitude.

E para sempre irei recordar o meu eco na sua voz: "se não é livre, então não é amor".

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Inevitável

É duro admitir.É duro até mesmo se descobrir.
Um susto! Não imaginava que era assim...
Mas estou! o que que eu faço?
qual será o proximo passo?
e o medo
Do inexorável tempo
irremediavel futuro
Do implacável destino!
já traçado
já determinado
o fim do doce romance...



Me declarar, talvez. Mas e o medo
não do ridículo
mas de perder a pessoa amada?
porque você sabe
quando a pessoa se sente muito amada
as vezes deixa de amar...



Ah,não gosto
nunca gostei
dessas coisas de amor...
porque é tão difícil!
porque sei que na vida real
não existe final feliz
porque não existe final, ou pior
porque existe.

Brincadeira

Ah, meu bem
Nem vem
que esse jogo que a gente faz
de ceder-não-ceder
não vai dar pé não
Você acha que me engana?
já ta na minha, eu sei
e será que não tá na cara
Que eu tô caída por você também?