terça-feira, 21 de abril de 2015

Amor eterno de uma noite só

Sim, aconteceu. O que eu tanto esperava e desejava, se tornou realidade por um ato de extrema coragem: te liguei numa segunda feira à tarde. Você não podia, mas marcou pra semana seguinte... E pra minha surpresa, mandou mensagem no dia combinado. Eu já estava com outros planos, outros rolês. Mas e o medo de não dar certo depois? De deixar passar essa chance e ela nunca mais voltar? Dei nó no tempo e fui. Cheguei duas horas atrasada. Ansiosa e preocupada, por não saber o caminho direito, te liguei três vezes. Você não atendeu. Quase errei o caminho, mas enfim, cheguei. Você me recebeu na porta do carro, com aquele beijo. Delicioso. O céu não tinha estrelas naquele dia, todo nublado. Era um sinal, e eu não entendia.

Entrei na sua casa e tudo parecia ser mais do que um sonho: Todos os requisitos cumpridos na minha lista de prioridades - morar numa chácara, casa feita com reaproveitamento, singela, mas bonita. Você foi no banheiro, aproveitei para bisbilhotar seus livros Ah! Seria possível maior perfeição? Sim: Um caldo de mandioca preparado com a mandioca que você mesmo plantou. Pronto. Não precisa de mais nada pra eu me apaixonar loucamente e ter certeza que você é o homem da minha vida!

Pausa. Necessário explicar: Você é o homem da minha vida, mas não quero ter você como o homem da minha vida. Porque cheguei num ponto em que não preciso de um homem na minha vida! Eu me basto por mim mesma. Eu me sinto feliz em estar solta, livre para ver o mundo e conhecer novas pessoas, interessantíssimas por sinal. Não ter laços e compromissos, não ter que dar explicações, não ter que ponderar as ações. Ufa, até suspirei aqui, por me livrar do peso do passado, dos relacionamentos fechados, pesados, drenadores de energia. Passa... deixa ir essa sensação. E volta pro presente: Você é o meu modelo de vida. É tudo que eu sempre sonhei pra mim: pra eu ser. E talvez por isso esse desejo enorme, incontrolável, um tanto quanto narcisista. Me projeto em você por ver que você conquistou tudo o que eu almejava pra mim, sinto um pouco de inveja, e essa sanha de te ter pelo avesso seja talvez na tentativa de sugar a essência.

Tem a coisa metafísica também. Já fazem meses que a gente se viu... foi intenso, delicioso, e até hoje quando eu te vejo por acaso fico meio boba alegre com a perna bamba. Até hoje estremeço com a energia que vem da sua lembrança. Mas isso tem enfraquecido, sim. Mantenho a mística de teimosa que sou, pois entendi o recado: apenas uma noite. E nada mais.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Novas confissões de ardor profundo

Era uma quarta feira normal quando eu andava de bicicleta e você de repente me vem à cabeça. Nem lembrava de sua existência, como da outra vez que nos encontramos. Naquela vez, seu olhar magnético despertou meu interesse, seu corpo envolveu o meu completamente, e no nosso bailado transcendemos os corpos, o momento, a dança. Ali pra mim já cheguei ao clímax. Mas, gulosa que sou, ainda fiquei querendo mais... Erro meu, de me deixar levar por essa volúpia. Não que eu seja contra viver os prazeres da vida. Mas o nosso encontro me estimulou a delirar... Nessas fantasias loucas que  minha mente cria, vivemos coisas impublicáveis, situações e posições que deixariam todos os cabelos do seu corpo arrepiados... (suspiros)...

Na sexta do nosso outro encontro não lembrava mais da sua existência, e jamais esperava te encontrar no meu caminho. Você veio até mim, me cumprimentou... Nesse dia, consegui me sair bem. Joguei meu charme, dei um sorriso e saí me sentindo uma fada farfalhante, super confiante de mim mesma.

Na quarta feira, eu já não estava tão bem. Semi doente, com uma gripe querendo chegar... Saí com a bicicleta para espairecer... e você me veio à mente de um jeito gostoso, um jeito de fim de tarde de verão, com sabor de esperança adolescente, e fantasias suaves. Te mandei um recado telepático, olhando nos seus olhos. Não obtive resposta, ah, mas ela viria, em forma energética que ali não ousava imaginar.

Neste dia acabei saindo pra encontrar uma amiga. Juro que era só pra encontrar a amiga! Tanto que me arrumei com uma roupa esquisita (era o que eu queria usar), bem indiferente ao ambiente e ao tipo de pessoas que eu iria encontrar. Mas, estranhamente.... um tesão incontrolável tomou conta de mim, um tesão sem nome, sem rosto, sem direção. Só o calor aquecendo meu canais, minha mão buscou o ponto do prazer, e ali em poucos minutos me satisfiz, só pelo prazer de sentir prazer. Confesso: Durante o ato, pensei também em você. Mas vagamente, só na lembrança do teu ser, não pensei nos atos inconfessos, nos roteiros maliciosos (e deliciosos) que tinha programado pra nós dois. Foi só um rosto, uma textura, só isso... Meio vago. Um sentimento de prazer e amor genuíno.

Na quarta feira, novamente sem imaginar que veria a sua pessoa. Te vi, de novo no meu caminho para o banheiro (seria uma sina?). Fiquei de perna bamba! Perdi a compostura e a confiança. Não acreditei que você estava ali, na minha frente, materializado da minha imaginação prévia - justamente no dia em que eu estava semi doente e totalmente despreparada para a conquista... Ah! as peças que a vida prega. Inclusive foi isso que te disse: não acredito. Você não entendeu, é claro. Jogou uma conversa fiada, um blablablázinho básico de porta de banheiro, e saiu mandando um beijinho bem sem graça. E mesmo assim eu fiquei, consternada, virada do avesso. Toda a energia magnética contida que eu havia domado, pulou pra fora e me envolveu em um manto de loucura e desejo, desejo de ser louca e te agarrar ali, na entrada do banheiro.

Me controlei, me segurei. Pensei mais uma vez deixar o senhor acaso cuidar dos nossos encontros, mas vi que ele não estava mais caprichando. O jeito era tomar coragem e agir, trazer para a realidade minhas fantasias, ou ao menos tentar.

Não foi fácil. Depois de superar outras barreiras pessoais, em um profundo processo de auto-descoberta e transformação acontecidas em outra área da minha vida que não a amorosa, decidi que esse simples ato - te telefonar - seria um outro passo para o meu crescimento. Se obtivesse retorno, logrado êxito, seria feliz, porque satisfeita. Se não obtivesse retorno, ou se fosse declinada a proposta, seria feliz, porque liberta. Ha ha - Você me deixou no limbo. Mas, feliz, por ter agido. Pacientemente, aguardo por cenas do próximo capítulo. E espero que sejam impróprias para menores de 18 anos....